Leonardo Jardim é, sem sombra de dúvida, um caso muito sério no panorama do futebol europeu. Este homem que há dez anos estava em Chaves a treinar a equipa que o nosso Vitória irá visitar, no próximo dia 4 de Abril, para tentar uma nova participação na final da Taça de Portugal, é o treinador do momento. Ontem, numa curta entrevista a Carlos Daniel, foi mais uma vez “desempoeirado”, genuíno como é seu timbre, ao dizer “que é imperiosa a necessidade de os clubes portugueses se constituírem, sem vergonhas e com critério, como formadores” para afirmar a seguir que “quem tem por cá (leia-se clubes de Portugal) tantos jovens talentos não pode ficar para trás ou ser secundarizado por uma importação que, demasiadas vezes, funciona por palpite ou sugestão externa à governação e que queima tempo e oportunidades aos emergentes locais, adiando-lhes o futuro ou obrigando-os a emigrar quase à toa, na incerteza”.

A eloquência deste discurso está naturalmente ligada ao sucesso desportivo deste treinador e não se estranhe que o seu Mónaco se tivesse tornado uma máquina  trituradora que conseguiu a incrível proeza de três golos por jogo em velocidade cruzeiro. A sua mais recente vítima foi a equipa do Manchester City treinada por esse “monstro” chamado Guardiola, o que implicou que este, não tenha conseguido, pela primeira vez na sua carreira, os quartos de final da Champions League – quer fora quer em casa, provou o veneno habitual, três golos em cada.

Não fazendo mais do que já fez, aquilo que Jardim já demonstrou é mais do que suficiente para que todos aqueles que gostam de futebol lhe façam a devida vénia. Seja como for, uma coisa parece-me óbvia: Leonardo Jardim é, hoje e agora, o melhor treinador português e, provavelmente, um dos melhores do mundo. Esperemos para vermos onde vai parar…